27/07/2009 | Política Educativa

Estuda quem pode

Estudar em Portugal é privilégio de ricos - ou melhor, ter liberdade para escolher o local onde estudar. Mas assegurar essa escolha, como sabe a esquerda esclarecida, é a tarefa mais importante dos estados

Esta não é a pergunta do milhão de dólares, mas quase: se a educação é prioridade de países que querem desenvolver-se, quem deve preocupar- -se com ela? Os políticos através do Estado? Os pais de quem se quer educar? Organizações não governamentais? As próprias escolas? Esta pergunta é tanto mais valiosa quanto o número que se revela nesta edição: mais de 80% das famílias portuguesas não podem escolher a educação que querem para os filhos (só 13% dos alunos estudam em privados).

Ainda que os números em Portugal sejam apenas isso - números - mais vale olhá-los por cima do que contabilizá-los por baixo. Ora se mais de dois terços da população tem rendimentos entre os 5 mil e os 35 mil euros líquidos/ano, e o preço das escolas privadas é sempre superior a 5 mil euros/ano por filho, as despesas com educação representam, para as famílias portuguesas mais ricas (que ganham 35 mil euros/ano) cerca de 15% da liquidez disponível. Dois filhos, portanto, sugam 30% da liquidez anual de um casal. Cortar no ensino privado, por isso mesmo, surge como uma solução legítima. De sobrevivência.

Leia o editorial na íntegra no ficheiro em anexo.