12/02/2010 | Política Educativa

GOVERNO QUER MANTER CONTRIBUIÇÕES DO ENSINO PRIVADO ACIMA DO REGIME GERAL

Lisboa, 12 de Fevereiro de 2010 – Os Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo repudiam veementemente a proposta do Governo que propõe manter no Orçamento para 2010 um regime contributivo a cargo destas entidades mais gravoso que o de todos os outros sectores da economia portuguesa e superior aos 23,75% da Taxa Social Única suportada pela generalidade das empresas do sector privado, mesmo as mais lucrativas, como é o caso da banca.

Esta situação já se arrasta desde Janeiro de 2007, altura em que as escolas privadas viram, de forma inesperada, os seus encargos sociais aumentados para 25%. A Assembleia da República tentou repor a legalidade, prevendo na Lei do Orçamento de Estado para 2008 que o Governo deveria corrigir a situação e baixar a taxa para o limite do regime geral. Contudo, o Governo ignorou a lei, nada fazendo desde então, e vem agora propor, no texto do Orçamento em discussão, uma alteração da taxa para 24,5%, mantendo-a à mesma num valor superior ao regime geral.

A AEEP - Associação dos Estabelecimentos de Ensino Privado e Cooperativo não compreende esta actuação e queixa-se da forma discriminatória como é tratado este sector que desenvolve uma actividade reconhecida por lei como sendo de interesse público, cobrindo cerca de 20% do universo do sistema educativo, do pré-escolar ao secundário, num total de cerca de 320 mil alunos e 25 mil docentes.

Ao mesmo tempo, apela para uma intervenção mais efectiva da Assembleia da República, agora sem maioria socialista, uma vez que, nos diferentes momentos em que apresentou o problema aos Grupos Parlamentares e à Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças, sempre obteve um apoio unânime em relação à justeza da sua pretensão.

Finalmente, admite a possibilidade de recurso aos tribunais, pedindo a condenação do Estado português e exigindo para as escolas uma indemnização compensatória pelos prejuízos sofridos ao longo dos três últimos anos.